por José Carmo
Em abril o dólar final fechou cotado a R$ 4,9191 e o médio ficou em R$ 4,7580. Conforme observamos no gráfico abaixo, a última semana do mês registrou uma inversão na tendência de valorização do real. Repercutindo o resultado de inflação nos Estados Unidos que após 40 anos atingiu o seu maior nível e reforçou as expectativas de que o Federal Reserve (Bacen americano) irá adotar um comportamento mais agressivo, aumentando os juros além do previsto. Com a elevação das taxas de juros nas economias avançadas há uma fuga de capitais de países emergentes.
Outro fator que colaborou com este cenário foi o agravamento das medidas de lockdown na China com a política de tolerância zero contra a covid-19. Os dados publicados pela S&P Global sobre os recentes PMI´s chineses indicam contrações pelo segundo mês consecutivos dos setores industriais e de serviços. Esta desaceleração da 2ª maior economia global trouxe instabilidade para os mercados, em especial para o segmento de commodities. Alguns cenários projetados para maio indicam que a manutenção dos problemas da pandemia na China, pode acarretar em cotações flertando com valores superiores a R$ 5,10.
As commodities e as cadeias de suprimentos de acordo com a publicação S&P Global PMI™ Commodity Price & Supply Indicators ficaram pressionadas em abril em virtude da escassez global de oferta, mantida em valores elevados desde novembro de 2021.
No ambiente doméstico o Copom após as reuniões realizadas nesta terça e amanhã deve aumentar um ponto percentual na Selic alcançando 12,75% ao ano. Declarações recentes do presidente do Bacen e os resultados sobre os índices de preços, indicam que podemos experimentar aumentos acima das projeções iniciais. No último Relatório Focus a mediana das expectativas para o IPCA (Índice Nacional dos preços ao consumidor) deste ano, passaram de 7,65% para 7,89%. Resultado acima da meta de inflação de 3,50% que tem margem de 1,5% para cima ou para baixo.
Sobre as eleições presidenciais de outubro as recentes pesquisas seguem indicando a tendência da consolidação do cenário de um embate entre Bolsonaro e Lula no segundo turno. Na medida que a autoproclamada 3ª via (candidatos não polarizados) não avança na preferência do eleitorado e não apresenta até o momento um candidato competitivo. Em anexo a última XP/Ipespe com a avaliação do governo e os cenários para o 1º e 2º turno.
A Fenabrave(Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) informou que em abril, o Brasil registrou entre caminhões, ônibus, comerciais leves e veículos de passeios 147.237 mil unidades emplacadas. Uma redução de 15,9% na comparação com o mesmo período em 2021.
Por fim, seguem as projeções para indústria de autopeças e os impactos da inflação nos itens automotivos, publicados no RAE (Relatório de Acompanhamento Econômico) elaborado pelo Sindipeças.
Fontes:
Desafios para a economia chinesa se ampliaram recentemente – DEPEC
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