Os dados atividade econômica da China divulgados ontem vieram piores do que as projeções indicavam. Demonstrando que o lockdown utilizado para conter o surto de Covid-19 atingiu fortemente a economia do país asiático e trouxe para o mercado um elemento de instabilidade, lançando temores sobre a retomada da economia global incluindo também o risco de recessão de algumas economias desenvolvidas no radar.
A inflação dos alimentos está no nosso radar há algum tempo figurando em nosso balanço de risco do relatório de conjuntura cambial, cujos reflexos foram acentuados com a guerra na Ucrânia. A decisão da Índia de restringir a oferta de trigo está provocando uma nova disparada nos preços deste cereal que já acumula em 2022 uma valorização de 60%.
Na geopolítica os conflitos em solo ucraniano permanecem enquanto Moscou e Kiev travam uma batalha de narrativas. As expectativas que indicavam que a Finlândia pediria seu ingresso na Otan se confirmaram e a Suécia deve seguir o mesmo caminho. Ambos os países possuíam acordos com os russos de não agressão e neutralidade, Moscou vai interpretar este movimento como ameaça. A aceitação de ambos contudo, deve ser feita pela aprovação unânime de todos os países membros e a Turquia se declarou contrária a decisão. A tendência atual sugere um cenário de volatilidade no território europeu pois devemos prosseguir com um prolongamento ou a escalada dos conflitos.
No cenário interno seguimos observando o avanço da inflação conforme os dados do IPCA em abril a inflação atingiu o maior valor para um mês desde 1996, alcançando 1,06%. Os grupos de alimentos e bebidas e transportes contribuíram com aproximadamente 80% desta alta. Para a política, as recentes pesquisas eleitorais para a presidência seguem indicando a consolidação do embate Bolsonaro x Lula, com os demais candidatos em viés de baixa.
Fonte: Valor Econômico – IBGE
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José Carmo é economista e editor deste site.
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