Volume 22 | Número 4 | Dezembro 2020
Fonte: Banco Central
Texto retirado do relatório
A recuperação econômica mundial continua dependente da evolução da Covid-19. A ressurgência da pandemia em algumas das principais economias tem revertido os ganhos na mobilidade e deverá afetar a atividade econômica no curto prazo, após a recuperação parcial ocorrida ao longo do terceiro trimestre. No entanto, os resultados promissores nos testes das vacinas tendem a trazer melhora da confiança e normalização da atividade no médio prazo. As condições do mercado financeiro global permanecem acomodatícias, com a comunicação
de diversos bancos centrais sinalizando que os estímulos monetários terão longa duração, o que permite um ambiente favorável para economias emergentes.
Internamente, indicadores divulgados desde o Relatório de Inflação de setembro de 2020 evidenciam recuperação, ainda desigual, da atividade econômica. Destaca-se o consumo de bens, enquanto vários segmentos do setor de serviços permanecem deprimidos. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais.
Embora alguns segmentos da atividade econômica, sobretudo no setor de serviços, e o mercado de trabalho ainda estejam em níveis bastante deprimidos, a economia brasileira exibiu forte recuperação no terceiro trimestre do ano. O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 7,7%, comparativamente ao segundo trimestre, recuperando, parcialmente, o recuo do primeiro semestre.
O desempenho do PIB e as informações setoriais referentes aos últimos meses do ano corroboram o cenário básico do Copom, de recuperação gradual da atividade. A projeção central para a variação do PIB em 2020 passou de -5,0% no Relatório de Inflação anterior para -4,4%. Para 2021, ainda com incerteza acima da usual, projeta-se crescimento de 3,8%. Ressalte-se que essa perspectiva está condicionada à continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira, condição essencial para permitir
a recuperação sustentável da economia.
As últimas leituras de inflação foram acima do esperado e, em dezembro, apesar do arrefecimento previsto para os preços dos alimentos, a inflação ainda deve se mostrar elevada. Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, as diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se em níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante para a política
monetária. As expectativas de inflação para 2020, 2021 e 2022 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,2%, 3,3% e 3,5%, respectivamente.
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