Fonte: Infomoney

Bolsas europeias e índices futuros americanos têm quedas, com apreensão sobre nova cepa do coronavírus no Reino Unido

As bolsas europeias e a maior parte dos índices futuros americanos têm quedas nesta segunda-feira (21). Apesar de haver notícias positivas, com a aprovação de uma nova vacina nos Estados Unidos e de um novo pacote de estímulos à economia, investidores acompanham a aceleração da propagação de uma nova cepa do coronavírus no Reino Unido, que vem levando países a barrarem voos britânicos.

No sábado (19), o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que a nova variante do coronavírus em circulação no país pode ser até 70% mais transmissível, segundo análise preliminar de cientistas.

Ele também anunciou que os planos de aliviar as restrições à circulação durante o Natal, que permitiriam o encontro entre membros de mais do que um lar, estão suspensos. A transmissão acelerada de covid, impulsionada pela nova variante, contribui para lockdowns em Londres e em outras áreas do sudeste da Inglaterra.

No domingo (20), o Reino Unido registrou o seu recorde de diagnósticos de covid em um único dia: 35.928 no total, superando o recorde anterior, registrado poucos dias antes, na quinta-feira (17). Na primeira onda de covid, entre abril e maio, o país não registrou mais do que 5.500 novos casos diários.

O índice Eurostoxx cai 2,06%; o Dax, da Alemanha, cai 2,28%; o FTSE 100, do Reino Unido, cai 1,19%; o CAC 40, da França, cai 2,48%; o FTSE MIB, da Itália, cai 2,19%.
O patamar de mortes não tem, no entanto, superado aquele da primeira onda. O recorde de 1.224 mortes em um único dia foi registrado no Reino Unido em 21 de abril. O pico de mortes na segunda onda foi de 695, registradas em 25 de novembro.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a mutação já foi identificada em Dinamarca, Holanda e Austrália, além do Reino Unido. Vários países da União Europeia e de outras regiões barraram voos do Reino Unido, em uma tentativa de barrar a propagação da nova variante. Dentre eles, França, Alemanha, Irlanda, Holanda, Canadá e Israel.

Entre as ações mais afetadas estão aquelas ligadas ao setor de viagens. As ações da IAG, proprietária da British Airways, tiveram queda de 13,5%. A operadora de viagens Carnival teve queda de 8,8%, Tui, Lufthansa e Rolls-Royce também têm quedas de mais de 7%.

As notícias sobre a aceleração da propagação do coronavírus podem dificultar a aprovação de um novo acordo comercial entre Reino Unido e União Europeia pós-Brexit. O atual vence em 31 de dezembro, e negociadores não têm sido capazes de avançar sobre temas como pescado.

Com o acordo atual, mais de 60% da pesca em águas britânicas é feita por navios não britânicos, à medida que países da União Europeia têm acesso livre às águas uns dos outros. Pescadores britânicos foram grandes apoiadores do Brexit, e exigem que as águas se fechem aos navios de outros países. A União Europeia defende, por outro lado, uma mudança gradual sobre o arranjo atual.

Nos Estados Unidos, reguladores aprovaram na sexta (18) a vacina desenvolvida pela Moderna para uso emergencial. Assim, o produto poderá ser utilizado na população, como já vem ocorrendo com o imunizante desenvolvido por Pfizer e BioNTech.

O índice S&P Futuro tem queda de 0,57%; o Nasdaq Futuro oscila positivamente em 0,05%; e o Dow Futuro cai 0,41%.

No domingo, congressistas chegaram, após meses de negociação, a um acordo sobre um pacote de estímulos de mais de US$ 900 bilhões, em um esforço para impulsionar a economia americana e o sistema de saúde do país, abalados pela pandemia.

O pacote deve resultar em mais auxílio federal a lares, pequenos negócios e sistemas de saúde. Ele inclui o pagamento de US$ 600 à maioria dos adultos, e de US$ 600 por criança. Serão liberados US$ 284 bilhões em empréstimos para proteção de salários em pequenos negócios.

Simultaneamente, o Congresso aprovou o Orçamento federal de mais de US$ 2 trilhões para o período até 30 de setembro. O texto da lei orçamentária ainda não foi divulgado, mas a aprovação impede que o governo entre nesta segunda em “shutdown”, situação em que apenas serviços considerados essenciais continuariam funcionando.

As bolsas asiáticas fecharam com resultados diferentes entre si, com investidores acompanhando a propagação do vírus em países sdo Norte do continente, como Japão e Coreia do Sul. Na Coreia, o número de novos casos voltou a bater recorde no domingo. Em Tóquio, o número de novos casos no mês superou a marca de 10 mil no mesmo dia.

O índice Nikkei, do Japão, fechou com queda de 0,18%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, caiu 0,72%; o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,23%; o Shanghai SE, da China, teve alta de 0,76%.