Por Santander Economia
• As taxas de juros estão em tendência de queda na maior parte do mundo.
• As mudanças demográficas, como o aumento da expectativa de vida e a redução da taxa de natalidade, estão entre as principais razões para esse fenômeno, por ampliarem a taxa de poupança mundial e limitarem o ritmo de crescimento econômico.
• O Brasil “importa” parte desse efeito, desfrutando de uma poupança externa abundante, e se deparando com um ambiente internacional menos favorável ao crescimento.
• Contudo, nem toda a queda da taxa de juros estrutural no Brasil vem de fora: fatores domésticos, como o andamento do ajuste fiscal e o ganho de credibilidade do Banco Central no combate à inflação exercem papel relevante nesse movimento.
• A incerteza nas estimativas da taxa de juros estrutural não permite precisar qual seu real valor corrente, no entanto, o intervalo que obtemos através de 5 metodologias distintas é relativamente estreito: entre 2,4% a.a. e 3,2% a.a., com uma média de 2,7%a.a..
• Incorporando esse resultado à nossa estimativa para a função de reação do Banco Central – que combina a taxa neutra com as nossas projeções para a evolução do hiato do produto e da inflação -, a resposta estimada é o encerramento do ciclo com a taxa Selic entre 4,0% e 4,25% a.a., em linha com as nossas projeções (e do mercado).
• A mesma função sugere que o início do ciclo de alta da taxa de juros deverá ocorrer somente em 2021, e em ritmo bastante gradual, convergindo para a taxa neutra apenas em 2022 – ou seja, a política monetária permanecerá em terreno estimulativo por mais 2 anos.
• A taxa que prevalecerá no longo prazo, após a normalização, depende não apenas do patamar atual da taxa estrutural, mas também da sua evolução para os próximos anos, que, por sua vez, acreditamos estar conectada à consolidação do ajuste fiscal em curso.
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