O dólar valorizou 8,5% no mês de agosto oscilando entre cotações de R$ 3,70 e picos de R$ 4,20, um movimento de 50 centavos que sinalizou intensa desvalorização da moeda brasileira. Para efeito de comparação, esta foi a maior alta mensal registrada em três anos. Das 31 principais moedas do mundo, o real teve a quarta maior desvalorização em comparação ao dólar. Ficando atrás apenas da Argentina (-7,2%) , Turquia (-25,5%) e África do Sul (-10,9). Devemos registrar que alguns fundamentos macroeconômicos destes países (déficit em cota corrente e reservas internacionais) encontram se mais fragilizados do que o Brasil.
O início de agosto foi marcado pela tensão política e comercial entre a Turquia e os EUA. Por conta da prisão de um pastor americano pelo governo do turco Tayyip Erdogan, o presidente norte americano do Donald Trump aumentou as tarifas de importação de aço e alumínio para pressionar por sua libertação. Esta decisão derrubou a cotação da lira turca, levando consigo os mercados emergentes. Após um arrefecimento entre Ancara e Washington, o mercado começou a refletir o cenário de incerteza interno com os rumos das eleições de outubro.
Em períodos eleitorais historicamente as cotações cambiais apresentam intensa volatilidade. As recentes pesquisas revelaram que candidatos considerados como pró mercado (expressão que sinaliza comprometimento com as reformas) não apresentaram variações nas intenções de voto, somado a isso o mês foi permeado pela liderança de Lula nas intenções de voto e discussões no TSE sobre a legitimidade da candidatura petista na disputa.
Este foi panorama que corroborou com a cotação média do câmbio em R$ 3,9298 e um dólar final de R$ 4,1353 para agosto. No mês de setembro o câmbio tende a ter o mesmo comportamento, as campanhas eleitorais começaram com propagandas no rádio e na TV. Oscilações entre os candidatos e decisões jurídicas são esperadas para os próximos dias.
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