Ofensiva dos Aliados – No dia 26 de maio de 1942, começou no Norte da África a grande ofensiva dos Aliados contra as tropas da aliança teuto-italiana.
Fonte: Deustche Welle
El Alamein é uma estrada costeira que vai de Alexandria à Líbia. Foi nessa região que as divisões de tanques dos Aliados começaram um ataque decisivo às forças do eixo teuto-italiano em maio de 1942. Era o começo do fim da campanha alemã na África, iniciada em janeiro de 1941 na Líbia, após o fracasso italiano na região.
África estava fora dos planos de Hitler
Na primavera europeia de 1941, Adolf Hitler preparava um ataque à União Soviética. A região do mar Mediterrâneo e a África estavam completamente fora de seus planos políticos, militares ou estratégicos.
Com seu único aliado na Europa, a Itália de Benito Mussolini, ele havia acertado o seguinte: o território ao norte dos Alpes era área de influência dos alemães; os italianos eram responsáveis pelo sul da Europa. “Mas, vendo a Itália cada vez mais acuada no Norte da África, a Alemanha assumiu o controle das operações, a fim de ajudar Mussolini”, explica o historiador Eberhard Jäckel.
Arrogante, a Itália de Mussolini entrou numa situação complicada por culpa própria. Primeiramente, atacou a Somália britânica a partir da Abissínia (hoje Etiópia). Das suas posições na Líbia, invadiu o Egito, onde os ingleses também tinham fortes interesses, e ainda atacou a Grécia. “Daí teve de pedir auxílio a Hitler”, diz Jäckel.
Comando a cargo da “Raposa do Deserto”
Em consequência, o Norte da África tornou-se palco da guerra desencadeada pela Alemanha nazista. A campanha recebeu o nome de Girassol. Um oficial altamente condecorado na Primeira Guerra Mundial, Erwin Rommel, foi encarregado de manter a capital da Líbia, Trípoli, em poder dos italianos. Seu filho, Manfred Rommel, lembra que o pai “queria vencer a guerra”. “Inicialmente, ele tinha apenas a missão de defender Trípoli. Esse era também o objetivo do comando da Wehrmacht. Mais tarde, acreditou que, com um reforço das tropas alemãs na África, seria possível alcançar o Canal de Suez e controlar toda a região do Mediterrâneo”, conta.
Seu plano consistia num eventual ataque ao Egito, seguido da conquista do Canal de Suez. Depois, o Afrikakorps avançaria rumo ao Oriente Médio e à Pérsia. Alimentada com o abundante petróleo dessa região, a máquina de guerra alemã avançaria e se juntaria às tropas na frente russa e, posteriormente, marcharia em direção à Índia, para encontrar-se com os japoneses e destruir assim de vez o Império Britânico.
Considerado um gênio da guerra blindada, Rommel apostou na astúcia para provocar os ingleses com as suas tropas modestas. No verão de 1941, as divisões alemãs e italianas chegaram ao Egito. Promovido a marechal de campo, Rommel queria transformar o conflito numa guerra pessoal. Apelidado de “Raposa do Deserto”, era admirado tanto pelos seus soldados quanto pelos inimigos. Para os árabes, ele era o “libertador” que os salvaria do domínio inglês, instaurado na região a partir de 1917.
Falta de apoio ao Afrikakorps
Hitler, entretanto, mais preocupado com a guerra na Europa, não deu o apoio necessário ao Afrikakorps. O 8º Exército britânico, comandado por sir Bernard Montgomery, estava muito mais bem equipado do que as tropas teuto-italianas. Enquanto Rommel e seu desfalcado exército preparavam-se para atacar Alexandria, os ingleses os surpreenderam em El Alamein, no Egito, numa batalha que se tornaria decisiva.
Ao receber do comando-geral dos nazistas a ordem de resistir até o último homem, Rommel passou de crítico a adversário de Hitler. Negou-se a sacrificar o Afrikakorps e ordenou a retirada total da África do Norte. Sucedeu-se uma fuga caótica das tropas teuto-italianas rumo à Tunísia.
A operação consumou-se em maio de 1943, quando os americanos desembarcaram na região e forçaram a rendição incondicional do Afrikakorps. Cerca de 250 mil soldados alemães e italianos foram aprisionados.
Erwin Rommel deixou o Norte da África derrotado, mas de cabeça erguida. A 14 de outubro de 1944, suicidou-se, ingerindo veneno. Ele não tinha outra escolha. Se não tivesse se suicidado, teria sido condenado à morte por alta traição pela Justiça nazista, em virtude da sua ligação com o grupo que executara um atentado a bomba contra o quartel-general de Hitler meses antes, a 20 de julho de 1944.
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