Mercados
Futuros americanos caem com estímulo e alta dos juros dos títulos do Tesouro no radar; bolsas europeias sobem
Fonte: Infomoney
As bolsas mundiais têm resultados variados entre si nesta segunda-feira (8). Investidores acompanham o avanço do pacote de estímulos no valor de US$ 1,9 trilhão no Congresso americano, e uma nova alta dos juros dos títulos do Tesouro com vencimento em dez anos.
Após subirem nas negociações de overnight, os índices futuros americanos caem pela manhã. As principais bolsas asiáticas fecharam em queda, e as bolsas europeias têm tendência de alta.
No sábado (6), o Senado americano aprovou o plano de estímulos promovido pelo governo de Joe Biden, no valor de US$ 1,9 trilhão, abrindo caminho para a extensão de benefícios a desempregados de US$ 300 semanais, uma nova rodada de pagamento de auxílio de US$ 1.400 à maioria dos cidadãos americanos, e fundos para governos locais e estaduais.
O plano também libera recursos para a testagem e distribuição de vacinas contra a Covid, auxílio-aluguel para famílias com problemas financeiros e verbas para auxiliar escolas do ensino primário a reabrirem.
Também inclui US$ 14 bilhões para auxiliar empresas de aviação a pagarem salários de seus funcionários.
Antes de votar, o senador Chuck Schumer, líder da maioria democrata no Senado, afirmou: “Nós vamos vencer essa praga terrível e vamos viajar novamente, mandar nossos filhos para a escola e ficar juntos de novo (…) Agora, nosso trabalho é ajudar nosso país a sair deste presente tempestuoso em direção a um futuro de esperança”.
A expectativa agora é de que a Câmara, que também é controlada pelos democratas, aprove a legislação nesta semana. O presidente Joe Biden deve assinar a lei antes de os programas voltados a desempregados expirarem, em 14 de março.
Os índices futuros americanos avançaram nas negociações de overnight. Mas passaram a cair pela manhã, acompanhando a nova alta dos juros dos títulos do Tesouro americano com vencimento em dez anos, que, assim como ocorrera na semana retrasada, ultrapassaram a marca de 1,6% pela manhã.
O temor de investidores é de que a alta da inflação, sinalizada pelo aumento dos juros com vencimento no longo prazo, leve o Fed a rever a sua política, potencialmente elevando os juros referenciais de curto prazo.
Além disso, há temor de que parte dos investidores migre do mercado de ações para o de títulos, considerado seguro por ser garantido pelo governo, que tem o poder de criar impostos para obter receita, caso necessário.
E de que juros mais altos dificultem a tomada de empréstimos por empresas que precisam de grande volume de recursos para crescer rápido, como aquelas do setor de tecnologia.
As bolsas asiáticas tiveram resultados variados entre si na segunda. Os investidores reagiram aos dados sobre emprego divulgados pelo governo dos Estados Unidos na sexta (5).
O Departamento de Emprego reportou que o número de vagas, excluindo aquelas em fazendas, subiu 379 mil em fevereiro, e a taxa de desemprego caiu de 6,3% em janeiro para 6,2%. A expectativa era de que fossem criadas 210 mil vagas, e de que a taxa de desemprego se mantivesse estável.
Além disso o valor do barril de petróleo está no radar de investidores, após a Arábia Saudita afirmar que suas unidades petrolíferas foram alvo de ataques por mísseis e drones no domingo (7).
Um porta-voz militar houthi afirmou que é responsável pelos ataques. Na semana passada, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e seus aliados produtores de petróleo afirmaram que manteriam a produção estável até abril.
Após os ataques, os índices futuros americanos de petróleo cru subiram 2,22%, a US$ 67,56 o barril, e o barril Brent teve alta de 2,28%, a US$ 70,94.
Apesar de a alta dos juros de títulos do Tesouro americano levar a certa apreensão, o índice Eurostoxx, que reúne 600 ações de empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, sobe 0,83%, reagindo ao avanço do pacote de estímulos nos Estados Unidos.
O setor bancário lidera os ganhos, avançando 1,9%. O de serviços tem queda de 0,7%.
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