por Economia em dia – Bradesco
- Aumento do número de casos de coronavírus continua impactando os mercados globais e eleva a preocupação com o crescimento. Mesmo com uma taxa de mortalidade baixa, o rápido aumento do número de pessoas infectadas eleva a cautela dos investidores, afetando o preço dos ativos com maior risco associado. O tamanho e a duração do impacto na economia ainda são incertos e, por ora, concentrados na China. Ainda assim, pode ter reflexos na dinâmica da atividade global, que mostrava sinais de estabilização desde o final do ano passado.
- Os indicadores de atividade sugerem estabilização da economia global no final do ano passado, mas ainda indicam ritmo lento de retomada. O PIB dos EUA subiu 2,1% na passagem do terceiro para quarto trimestre, em termos anualizados. Na Área do Euro, o PIB expandiu 0,1% nos últimos três meses do ano passado em relação ao período anterior, quando tinha crescido 0,3%. A política monetária no mundo segue com viés estimulativo, diante do comportamento controlado da inflação e dos riscos de uma frustração com a retomada. Nesta semana, o Fed trouxe um discurso mais preocupado com a inflação baixa no país e confirmou a mudança do seu arcabouço de política monetária para o segundo semestre do ano.
- No Brasil, o balanço de pagamentos mostrou um déficit pior do que o esperado em dezembro, fechando 2019 em US$ 50,8 bilhões. O desempenho do fluxo de capital para o Brasil continua sendo fator relevante para explicar números piores das contas externas, reforçando os sinais de realocação de recursos em um ambiente de juros menores. No decorrer do ano, a retomada da economia poderá ajudar a reverter parte desse movimento.
- Indicadores de confiança continuaram melhorando em janeiro, puxados pelo componente de expectativa. Por outro lado, os índices que mensuram a condição atual da economia mostraram dinâmica um pouco mais contida. Os dados de crédito apresentaram bom desempenho em dezembro, principalmente nas linhas ligadas ao crédito livre. Com isso, o crédito segue como vetor importante de recuperação da economia brasileira, através do consumo das famílias. O mercado de trabalho é o outro propulsor para o consumo e a taxa de desemprego caiu de 11,7% para 11,6%, na passagem de novembro para dezembro, considerando os ajustes sazonais.
- Choques que impactaram a inflação continuam se dissipando, mantendo cenário benigno para o IPCA. O IGP-M subiu 0,48% em janeiro, mas mostrou deflação importante do preço das carnes no atacado. Essa redução de preços deve chegar ao consumidor no decorrer deste primeiro trimestre.
Perspectivas para a próxima semana
- Os dados de inflação e atividade serão os destaques da próxima semana. Para o IPCA de janeiro esperamos alta de 0,34%. O número deve continuar mostrando desaceleração dos preços de alimentos e alguma descompressão dos núcleos. Para a produção industrial projetamos ligeira redução em dezembro, na margem, de 0,1%.
- Na agenda internacional, destaque para os dados de mercado de trabalho nos EUA e balança comercial na China. A geração de emprego nos EUA deve continuar mostrando um bom dinamismo, enquanto que a balança comercial chinesa é um termômetro importante para a atividade no país neste começo de ano.
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.