Por Napoleão Luiz Costa da Silva, Julio C. de Mello Barros e Victor H. Farias Mamede
A recuperação do consumo das famílias foi um dos principais vetores da retomada do crescimento iniciada em 2017. Nesse período, as famílias se beneficiaram da forte redução ocorrida na taxa de juros básica da economia e de medidas como a liberação do saldo de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Neste ano, não deverá haver mais estímulos diretos como o da liberação do saldo do FGTS, porém, os efeitos da política monetária deverão ser mais intensos. O objetivo deste trabalho é fazer projeções sobre a trajetória do consumo das famílias para os anos de 2018 e 2019, levando em consideração alguns cenários para a taxa Selic ao longo do ano. Como objetivo secundário, buscaremos avaliar os impactos da forte queda da taxa sobre o consumo das famílias via redução do serviço da dívida destas, com base na Teoria da Renda Permanente.
Para alcançar nossos objetivos utilizaremos um modelo empírico chamado de vetor de correção de erros (VEC), que inclui renda agregada, consumo das famílias e ativos líquidos retidos pelas famílias. Este modelo se baseia na função consumo agregada do modelo básico de renda permanente de Friedman.
De acordo com os resultados estimados, o consumo terá um crescimento acumulado de 2,5% em 2018, e de 2,6% em 2019. Esse crescimento será um pouco mais forte no primeiro semestre do ano, tendo em vista o efeito do ciclo de queda acentuada da taxa Selic, que passou de 14,25% ao ano (a.a.) para 6,75% a.a. (representando queda de 52% da taxa básica de juros) durante o período de outubro de 2016 a fevereiro de 2018.
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.